Música, tem mesa farta, comunhão Inda tem gente pra entrar
Chega e deixa a porta aberta Deita na esteira, abre a geladeira Pode demorar Senta e puxa essa conversa Não precisa pressa Tem bastante légua para viajar
Todo encontro é festa Feira, pelô, aresta Vi na rua Graça que manifesta Amor sobeja, resta Farra sua
Festa, folia e quintal Festa, Bahia e quintal
Óia lá, cortejo a porta Pia mermo, aí! Nós infartamo e matamo a solidão de tanto rir
No velório, põe neon Pula ribanceira Baim de cachoeira Ela morreu, vem cá!
Se ela disse que vem amanhã de manhã Então larga a pressa Não se avexa! Ela disse que vem amanhã de manhã Me encontre na festa Tristeza dispersa
Na mesa tem tudo, tem branco e tem preto Tem homi e mulher e quem tem outro jeito Quem fica no meio, esquerda e direita Quem reza, quem ora, quem cala e quem treta A mesa foi feita para quem não é Na mesa quem puxa o coco é a fé E quem manda é Ele A mesa é sem fome e quem for achar rim Que converse com o homi
Ei minha gente Amanhã de manhã ela disse: Vou chegar Se apronte logo cedo Abra a porta e deixa entrar
E continuando a prosa passada Eu tava pensando aqui numa parada Se a mesa tá cheia de pão e de graça Por que não abrir para o povo da praça? Se a solidão já está enterrada Porque eles choram sozin na calçada? A mesa é pra homem, menino e mulher Pra aquele que ainda nem sabe o que é Para os irmãozinho direito e canhoto Pra aqueles que um dia virei o meu rosto Se a mesa me cabe Então cabe você e cabe aquele que ninguém quer ver De braços abertos vem cá receber Quem o dono da festa acabou de trazer
Composição: Filipe da Guia / Julhin de Tia Lica / Marco Telles / Midian Nascimento / Ramon Souza