Manso remanso que murmura docemente Neste retiro silencioso no sertão Os cavaquinhos dando volta na corrente Com a cigarra a zunir no espião De muito longe vem o som da fazendinha É o retireiro a tratar da criação O sol se põe, a tarde cai, a noite desce Neste amado fim de mundo quase morro de emoção
Piá de novo meu querido bafural Na velha calva que outrora foi caminho Enquanto fazes contra canto a urutal Deixa que eu volte ao passado com carinho Serra das nesas, lá morou a tia zefa Tia badia muito além do douradinho Pelas quebradas há um canto diferente Rouxinol desiludido que retorna hoje ao ninho
O sertanejo sempre volta as origens No desespero de encontrar tranqüilidade Embora quase não existam matas virgens A gente encontra os retalhos de saudade Uma tapera com os restos de um curral São fragmentos do que foi a mocidade Se a saudade é um bem que me faz mal Foi vivendo de lembranças para ter felicidade
Compositores: Francisco Antonio do Carmo (Francisco do Carmo) (SICAM), Gerson Coutinho da Silva (Goia) (UBC)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2005 (13/Out) e lançado em 2005 (30/Out)ECAD verificado obra #75806 e fonograma #1053010 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM