Você que vai ver ao concerto com seu fraque Não vê o homem caído na onda do crack Nem enxerga as trevas que descem sobre a estação da luz Tá feliz pois há concerto nesse mundo Mas no fundo no fundo sabe o desconserto imundo Que mais une que separa a fortuna e a sorte avara Sim cara você meu caro É o homem estendido sob o cobertor puído Sim cara você é a máscara De um deus impiedoso e indiferente A gargalhar do azar aziago Dessa gente que se sente nem devia ter nascido
Depois vai com os amigos a um restaurante chique No banheiro dá um tiro que é pra manter o pique Mas apoia que a polícia mate traficantes da favela Preferiria claro viver num país mais rico e civilizado Pois é duro e baixo-astral O atraso desses pobres lado a lado Com o sonho burguês véI que você vive agora Sim cara você meu caro É o homem estendido sob o cobertor puído Sim cara você é a máscara De um deus impiedoso e indiferente A gargalhar do azar aziago dessa gente Que se sente nem devia ter nascido
A caminho de um bar de jazz Cruza putas decadentes travestis Trava o dente aperta o passo Pra evitar contato com esses seres vis Prefere sexo sujo na internet E até arrisca uma casa de swing Adora o carnaval baiano mas odeia nordestinos E também detesta trans Pois não sabe se são moças ou meninos É esse é um tempo insano Pra um homem de bem mostrar a cara Sim cara você meu caro É o homem estendido sob o cobertor puído Sim cara você é a máscara De um deus impiedoso e indiferente A gargalhar do azar aziago Dessa gente que se sente nem devia ter nascido
Compositor: Francisco Cesar Goncalves (Chico Cesar) (UBC)Editor: Chita (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)Publicado em 2019 (06/Ago) e lançado em 2019 (19/Set)ECAD verificado obra #23422581 e fonograma #18881928 em 12/Abr/2024 com dados da UBEM