Uma milonga das buenas Sempre fala da fronteira Em cavalhada matreira E choro de nazarenas Uma milonga das buenas Me faz lembrar uma volteada Que um zaino venta rasgada Por velhaco e sem costeio Quase me atorou no meio No estouro de uma bolcada
Uma milonga das buenas Revira o mundo num pealo E quando eu monto a cavalo O Rio Grande “se apequena” Uma milonga das buenas É igual a ventania louca Que entre muitas e poucas Tem o resumo bagual Veio da banda oriental E se perdeu de boca em boca
Uma milonga das buenas Lembra noites de garoa Que ao despacito encordoa Caindo mansa e serena Uma milonga das buenas Me dá força pra que eu cante E esta pampa se levante Sobre o lombo da guitarra Enforquilhada nas garras Levando tudo por diante
Uma milonga das buenas Fala em junco e aguapé Em ranchos de santa fé Por isso que vale a pena Uma milonga das buenas Bem cantada se governa Chega e boleia a perna Em qualquer galpão de estância Pois anda a encurtar distância E o tempo adentro se inverna
Uma milonga das buenas Tem que ter alma de potro E o sarandeio maroto Do corpo de uma morena Uma milonga das buenas Me traz recuerdos de amores Perdidos nos corredores Extraviados nas taperas Quando a china se entrevera Num duelo de payadores!
Compositores: Cesar Oliveira de Souza (Cesar Oliveira), Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran) ECAD: Obra #862898 Fonograma #1741199