Cesar Oliveira e Rogério Melo
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Quando O Verso Vem Prás Casa

Cesar Oliveira e Rogério Melo


A calma do tarumã, ganhou sombra mais copada
Pela várzea espichada com o sol da tarde caindo
Um pañuelo maragato se abriu no horizonte
Trazendo um novo reponte, prá um fim-de-tarde bem lindo

Daí um verso de campo se chegou da campereada
No lombo de uma gateada frente aberta de respeito
Desencilhou na ramada, já cansado das lonjuras
Mas estampando a figura campeira, bem do seu jeito

Cevou um mate pura-folha, ajojado de maçanilha
E um ventito da coxilha trouxe coplas entre as asas
Pra querência galponeira, onde o verso é mais caseiro
Templado a luz de candeeiro e um "quarto gordo nas brasas"

A mansidão da campanha traz saudade feito açoite
Com olhos negros de noite que ela mesma querenciou
E o verso que tinha sonhos pra rondar na madrugada
Deixou a cancela encostada e a tropa se desgarrou

E o verso sonhou ser várzea com sombras de tarumã
Ser um galo pras manhãs, ou um gateado pra encilha
Sonhou com os olhos da prenda vestidos de primavera
Adormecidos na espera do sol pontear na coxilha

Ficaram arreios suados e silêncio de esporas
Um cerne com cor de aurora queimando em fogo de chão
Uma cuia e uma bomba recostada na cambona
E uma saudade redomona pelos cantos do galpão

Compositor: Gujo Teixeira e Luis Marenco

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