Coisa esquisita a gadaria toda Penando a dor do mango com o focinho n'água O campo alagado nos obriga à reza No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas
Olhar triste do gado atravessando o rio A baba dos cansados afogando a volta A manha de quem berra no capão do mato E o brado de quem cerca repontando a tropa
Agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo A enchente anda danada, molestando o pasto Ao passo que descampa a pampa dos mil réis
E a bóia que se come, retrucando o tempo Aparta no rodeio a solidão local Pealando mal e mal o que a razão quiser
Amada, me deu saudade Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo Que o baio anda solto e que toda cuscada, lá em casa, comeu
Coisa mais sem sorte esta peste medonha Curando os mais bichados, deu febre no gado Não fosse a chuvarada se metendo a besta Traria mil cabeças com a bênção do pago
Dei falta da santinha, limpando os pesuelos E do terço de tento nas prece sinuelas Logo em seguidinha é semana santa Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la
Compositor: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes) (ABRAMUS)Publicado em 2003 (05/Mai) e lançado em 2003 (08/Jun)ECAD verificado obra #1258695 e fonograma #585178 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM