A madrugada se atora No tirão da recolhida Quando a tropilha estendida Traz nos encontros da aurora, Um "contrapunto" de esporas Junto ao galpão se abaguala Numa cadência que embala A mais pampeana das ânsias Que castiga o peão de estância Mas nem com reza embuçala.
É assim no mais o "volteio" Onde a lida dita das normas Do potreiro vem pra forma Da forma vai pro arreios, Macanudaço floreio Que se arrincona a função Pois no virar do chergão Sinto que a avida atropela e o mundo enruga as costelas Quando se aperta um chinchão.
De sol a sol sem sossego Depois do ritual da encilha Busca a volta e se enforquilha Porque ali não tem arrego Se "ajoujam", mágoas e apegos Do jeito que mais convém Nunca falta ou sobra alguém Na voz de "vamo" que atrai, "Pois lá quem tem poncho vai e quem não tem vai também".
Pra um peão de campo e volteada Sem refugo vai ou racha Embora o peso da marcha Deixe a alma "acalambrada" Pra um peão de campo as bolcadas São tocaias do destino Que às vezes por ser malino Sem querer nega socorro Pois quem corta rastro de sorro Roda e só sai por dom divino.
Compositores: Cesar Oliveira de Souza (Cesar Oliveira), Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran) ECAD: Obra #1675165 Fonograma #941096