Uma perdiz " a lo largo" Voa e assombra o bagual, Vou tenteando no bocal E deixo o potro sentado "Afrouxo" o corpo, e entonado Faço um bichinho com a boca Por que um susto é coisa "poca" Pra quem vive enforquilhado.
E se o ventena se arrasta Batendo firme os "esteio", Eu saio atando no "reio" Caixão golpeado pra trás, É bem assim que se faz Nos pagos da minha "Santana" Porque a alma castelhana Não se entrega assim "no más".
E sempre nos fins de tarde Um mate novo me espera E uma flor de primavera Pra matear junto comigo Se a lida bruta é um perigo, Seu beijo doce me acalma E amanso as coisas da alma Quando em seus braços me abrigo.
Não é "changa" paisanito A vida que a gente leva, Que a sorte arisca, maleva Venha do jeito que vier Pois tendo rancho e mulher Parceira, sempre, pra um mate O resto é luta, faz parte Seja como Deus quiser.
Ainda tenho um tordilha E dois " ovelheiros picassos", Mais a força do meu braço E um quatro tentos grongueiro, O velho tino campeiro Na cadência das esporas E a ciência do campo a fora Pra "costeá" zebú matreiro
E se não fosse os cachorros E a "pata" da minha tordilha Te juro, muita novilha Tinha se enfiado no mato Mas quando atravesso o rastro, Isto aprendi, muito cedo Misturo jeito e segredo E acho uns "toco" pra o meu laço