Cesar Oliveira e Rogério Melo

De Noite no Galpão

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Na Hora do Amargo


O pai de fogo do universo se bolqueia
A noite chega arrastando as nazarenas
Traz tropilhas de estrelas no cabresto
E uma brisa sopra morna e serena
Noite clara que até parece um dia
Pra uma caçada não há lua mais buena

Recorro os campos da memória num segundo
Pra colher versos, que a safra não é pouca
O fogo grande em labaredas se consome
Pego a guitarra e a voz já meio rouca
Vai recitando velhos poemas campeiros
Que um a um, saltam da alma para boca

Embuçalo a xucreza do velho jayme
Pra mesclar com o telurismo que há aqui
Na poesia universal do silva rillo
Vou passar a vida cevando um mate por ti
Milongueio aureliano e noel guarany

Um trago largo vai dando mais inspiração
Pra o payador que canta o pago na essência
Busco na lida as razões pra um verso xucro
Que traz nas rimas todo o encanto da existência
Velho mistério que o gaúcho tem consigo
Este amor grande pela campeira querência

Vem de guri a mania de cantar versos
De andar disperso, payando o meu pago
Na boca da noite, na quietude do galpão
Mais vale a ilusão no canto que eu trago
Do que a verdade crua que se vê nas ruas
Que deixa esse nosso mundo mais amargo
Compositores: Cesar Oliveira de Souza (Cesar Oliveira) (ABRAMUS), Roberto de Oliveira Huerta (Roberto Huerta) (UBC)Editor: Allegretto Digitalstudios & Publishing Ltda (UBC)Publicado em 2010 (05/Mai) e lançado em 2003 (01/Set)ECAD verificado obra #278246 e fonograma #1717919 em 28/Out/2024 com dados da UBEM

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