Cesar Oliveira e Rogério Melo

De Cacho Atado

Cesar Oliveira e Rogério Melo


De cacho atado


Esse meu jeitão antigo
De falar de pingo Bueno
Égua que esconde o toso
Se arrastando no sereno
E uma estância de fronteira
Com paraísos copados,
E um pala feito bandeira
Num verso de cacho atado


Quando as ânsias pedem vaza
Pela vista galponeira
Numa marca chimarrona
Que vem pedindo porteira
Eu quebro o cacho de um verso
Destes de apartar em rodeio
E agrando o meu universo
De campo em riba do arreio

[REFRÃO]
Um verso de cacho atado
Tem sesmarias na essência
Sangue crioulo templado
Na mais nobre procedência
Um sotaque fronteiriço
Que fala alto por nós
Quando se afirma um oficio
No timbre forte da voz


Num domingo de sol quente
Debochado e sem costeio
Antes das barras do poente
Na pulpería me apeio


Retovo um verso gaucho
Com rimas que achei na estrada
E encurto tempo e distancias
Nesta milonga botada

E esse verso flor e truco
Alma de raça campeira
Pachola de cacho atado
Como quem sai pras carreiras

Vai sustentando o que digo
Na sina que Deus lhe deu
Quando falo do Rio Grande
Falo de um pago que é meu

[REFRÃO] (BIS)

Compositores: Carlos Augusto Bayan Madruga (Carlos Madruga), Anomar Danubio Machado Vieira
ECAD: Obra #901516 Fonograma #1571563

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