Tá chegando as esquila!!! Já sinto o cheiro de cêra E as comparsas da fronteira Já andam reculutando A indiada "flor de tesoura" Que "grude" de toda folha E o couro fique "alumiando"
Já desaguachei a moura Afiei bem as tesouras "Tô" pronto pra o que vier Ferro com as "folha benzida" E os braços pra "ganhá" a vida Nos cabo deste "talher"
Vou me entrumar na comparsa Que vai lá pra "paz das garças" Tosar "miles" de capão Corriedale "sem escolha" De "metê" de toda a folha Acolherando as duas mãos
Sendo pra "lotá" a ficheira Me tapo de lã e cêra Pouco me importa o calor Se resolvo "soltá" o braço Quase mato no cansaço Quem se mete a agarrador
Refrão: É dois pulsos no "martelo" "Tchaque-tchaque" e atiro o vélo Por cima do atador! Ferro e folha e não tem nada Vai embora a guacha pelada Berrando pra o tosador
Grudo a marca "santaninha" Solto "lisa e rosadinha" Porque o braço não se micha E n'alguma escapada Boto cortiça queimada Garanto que não abicha
Se me topo com as "mirina" Apelo pra cangibrina "Arrolhadita" atrás da porta E no couro "murcilhado" Sigo de ferro embuchado Nas "ruga" campeando as "volta"
A pobreza é igual capacho E só "briqueando" por baixo Que um pobre cristão se safa Quando largo da tesoura Nas patas da minha moura Prossigo espichando a safra.
Compositores: Francisco Luzardo Silva da Silva (Francisco Luzardo), Rogerio de Azambuja Melo (Rogerio Mello) ECAD: Obra #523846 Fonograma #1741207