Sou peão de estância encruado Nasci num catre de barro Por isso aqui me agarro Cantando a um pago sagrado
Fui benzido e batizando Na fumaça do retoço Que me fez desse alvoroço Gaucho de corpo e alma
(2x) Templado na xucra calma Sou mescla de carne e osso
A ânsia que me atormenta Me provoca volta e meia Sinto que em mim corcoveia Uma gana pacholenta
A minha estampa sustenta Alem de um grito de guerra O sarandeio da terra Que o guasca sente nas ventas
Brotei do chão das boconas Cresci sobre as sesmarias Desdobrando a geografia Meus apegos vieram à tona
O compasso das choronas E o entrevero de guampa Fizeram da nossa pampa A terra mais macharrona
Nas boconas virei gente Por que nelas fui criado Ouvindo o berro do gado E o murmúrio das enchentes
Bebi água das vertentes Na copa do meu chapéu Ouvi rumores no céu Era piazito e me lembro
(2x) Dos temporais de setembro Santa rosa e são miguel
E eu por quebra me agrando Abraçado na guitarra Pra cantas potros e garras E um veiaco se bolcando
Um rodeio se empurrando Na estronca da porteira E a cachorrada ovelheira Num vai e vem se queixado
E aqui me entrego a esta ânsia Que tenho de andar alçado Com meu sombreiro tapeado Para pentear na distancia
Por que a inocente ganância Que junto ao índio se agrupa
(2x) E o que saca na garupa Da alma de um peão de estância
Compositores: Cesar Oliveira de Souza (Cesar Oliveira) (ABRAMUS), Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran) (ABRAMUS)ECAD verificado obra #862990 em 31/Mai/2024 com dados da UBEM