Viagem todo dia às oito Um café com leite e um cigarro Sem saldo no cartão, a vida em xeque Já sei que o dia começou bem Queria até voltar pros dezesseis Porém o tempo já não volta mais, mais
A gente bebia o que dava Com pouco dinheiro que tinha E o fígado já não aguenta Que pena Faltava dinheiro, faltava Confesso que ainda não tenho Boleto é o que nós mais paga e atrasa
Cheguei nos vinte e três com muito esforço Só sete anos pra chegar nos trinta Tenho orgulho do que fiz até aqui E os muros que vieram pra eu aprender
Que a vida é dura Que nem tudo cura Virei passageiro De tudo que eu achei que não passaria Parte do que eu fui já se perdeu Em meio às aflições E a inocência já se foi De um jeito que eu nem vi passar Era pra ficar
Os ventos contam passos que eu não dei Caminhos que eu não fui, mas já conheço Meu tempo é o contrário do que eu sei Um lado do meu eu quer o começo De uma verdade que não é mais parte do que eu sou Mas não é a hora de pensar no abismo Que me aguarda enquanto todos dormem sem me ver no escuro
Que a vida é dura Que nem tudo cura Virei passageiro De tudo que eu achei que não passaria Parte do que eu fui já se perdeu Em meio às aflições E a inocência já se foi De um jeito que eu nem vi passar Era pra ficar