Ai que saudade que eu tenho la da roça Da casinha de palhoça e da luz do lampião Daqueles tempos que marcaram minha história Que ficaram na memória gravados no coração De madrugada quando Papai levantava E a erva ele sevava pra tomar o chimarrão Chaleira preta na trempe estava chiando Pois ali estava aceso também o fogo de chão
Me lembro bem quando minha mãe fazia O café e a gente ia para roça trabalhar Era bem cedo o sol nem tinha nascido Mais eu já tinha ouvido por ali o galo cantar O sabia cantava na laranjeira E na copa do pinheiro cantava o bem-te-vi Tempos felizes que eu guardo na lembrança Que eu trago como herança os meu tempos de guri
De tardezinha o sol ia despontando Nós já ia se ajeitando era hora de voltar O Cusco veio ganiçava nos carreiro Mais um dia de entrevero que estava pra terminar Nunca me esqueço dos meus banhos na gamela Leite com farinha na tigela e revirado de feijão Frango caipira ao molho com polenta E também da canjiquinha socada no pilão
Não vou deixar de falar de igrejinha Que embora pequenininha ficou no meu coração De pau a pique cobertura de tabuinha Os bancos não tinham encosto e o piso era chão O lampião clareava o ambiente e na alma de cada crente ali avia temor igreja humilde mais ali o céu descia e o milagre acontecia para gloria do Senhor
Tempos felizes tempos de outrora Na minha memoria trago a recordação Daqueles tempos que foram embora E só saudade ficou deste tempo bom