Abra teu peito parceiro que o tempo nos cede a vez,
Afina a viola da alma, demonstre tua altivez,
Vamos cantar nossa história que a ferro e fogo se fez,
Reverenciamos os caudilhos heróis de 93.

Mas quem é esse gaúcho de a cavalo no tobiano,
Chapéu preto, pala ao vento açoitado de minuanos.
Um estilo de fronteira com sotaque castelhano,
Maragato queixo duro, temor dos republicanos.
Aguenta aí companheiro... minha resposta já vai!
Esse guasca é o "Gumercindo" Saraiva de mai e pai,
Estrategista guerreiro, doutrinado no Uruguai,
Por onde sua adaga cruza, o sangue inimigo esvai.

E aquele outro campeiro, um cavaleiro de fato,
Entonado no tordilho que nem pose pra retrato,
um militar de carreira, general bueno e sensato,
Liberal Federalista, Libertador Maragato.
Esse aí meu companheiro é comandante de fé,
Alma xucra do Rio Grande, força guapa de Sepé
Contestando os Castilhistas, foi pra guerra e trancou pé
Joca Da Silva Tavares, o guerreiro de Bagé.

São 4 vultos, 4 heróis, 4 caudilhos,
4 gaúchos a cavalo na razão;
Fizeram guerra sem saber que nos legavam a história mais terrunha deste chão.

E aquele guasca monarca, manda-chuva, rei no trono
Pica-pau republicano, desses de tirar o sono.
Ditou leis pra governar dizendo com muito entono,
A província do Rio Grande, não pode ter outro dono.
Esse aí meu companheiro, arisco que nem potrilho,
Presidiu nosso Rio Grande, foi caudilho dos caudilhos,
Governou com mão de ferro, doutrinou com muito brilho,
A nossa história se curva, ante Julio De Castilhos.

E aquele taura barbudo, orador e jornalista,
Senador pelo Rio Grande, politiqueiro ativista,
Liderança maragata, Liberal Federalista
Adversário ferrenho, do Governo Castilhista.
Falar deste vulto heroico, não precisa que me mande,
O seu nome é uma legenda, até na França se expande,
Sua glória viverá por onde a cultura ande;
"Gaspar Silveira Martins" o Tribuno do Rio Grande!