Chegar na beira da água , na beira do lar, Eu menino pequeno eu chego lá. Estar em casa e comemorar com o dia vivendo e a vida a continuar. Eu , eu vou cantar. , com o dia , a vida , a noite , em qualquer lugar.
Se tiver o intento de espantar a calma, Lhe apresento meu canto , minha alma , Para com meu povo cantar.
Nasci já contra a corrente e não vou me acostumar, A ouvir-lhes calado dizendo besteiras, Eu nasci pra cantar. Meu canto canto sempre, e chamo a todos pra cantar, Mas a força apaga o canto, E muitos deixaram de cantar. Vou andando pela vida , Lembrando os que esqueceram como cantar, Que todos nasceram para o canto, Que a vida é o grande cantar.
Vou com a vontade de um leão E as asas de um passarinho. Cantando bem alto , voando baixinho, pra você escutar. Meu canto guerreiro , meu canto de fé , Chamando a todos pra cantar. E o seu sol vai então raiar, Quando sua hora chegar , sua semente vai crescer. E o seu sol vai então se abrir, E seu canto vai surgir , para a todos se entregar.
DECLAMADO Meus irmãos e minhas irmãs, Vim de muito perto para contar o que sei, Vim de dentro. Na mala não levo nada , Nem ao menos tenho solução para coisa alguma. Carrego um corpo num saco de peles E memorias com pitadas de confusão. Não tenho quereres , sou manco de modos, Tiro da terra o pouco que me cabe . Profissão? Esqueci meu canudo. Tenho um cheio de guerra e dizeres falsos. Meu relógio não tem ponteiros , Minha vida , direção. Ando ao vento , Ao sabor do vento. Tenho duas pernas e dois pedaços de mão