DECLAMADO Tinha um passarinho e uma vontade de voar, Hoje voô e canto assistindo o sol clarear. As nuvens reinavam no céu quando o vento norte sumia. E as aves com seus quinhões desciam Para me ensinarem o be a bá. Um sentimento me embebecia , uma vontade de viver. Só sei dizer que a alegria não cabe aqui descrever. Mesmo sendo a poesia o que mais de perto possa ser. E assim repleto de tudo hoje eu canto, E meu cantar é o que vejo nesse alvorescer. E cantarei até que o silêncio persista em tudo, E a música seja o puro reflexo de todo meu ser.
CANTADO Vou pegar minha viola,antes de raiar o dia. Sou menino , sou poeta , sou mineiro em primazia. Não choro eu sou valente,eu rezo e tenho um pai. Que ensinou que na vida a gente sempre encontra um capataz. Só nos resta seguir andando , aguentando o seu rajado. Seu olhar de um monstro grego , parecido com um leão.
Eu vou cantar um tempo distante , ardente qual som do trovão. Onde não existia viagem de carro ou de caminhão. As aves cantavam como cantam agora, e o sol já queimava o chão. A chuva já estava a molhar, o rio corria no chão. Essa brincadeira do tempo já estava no ar.
Escrevo rima e faço trova, por amor não por dinheiro. Tenho alma e peito em glória. Sou menino , eu sou mineiro.
Um homem chamado Jesus , deixou o seu manto na história. Valente como um tufão , morreu e marcou a memória.
Em seu canto de paz dizia , amai-vos em plena alegria. Somos filhos de um mesmo pai,irmãos de uma mesma família.
Mestre falou : A hora chegou , liberte-se de sua prisão. Abra seus braços , sinta seu peito , conheça sua imensidão. A água que corre pro rio nos leva , caminho pro lado do mar. Jesus nos aponta a vida e a glória prum dia a guerra acabar.