Neste mundo em que vivemos só existe ilusão Por isto que eu te digo, se ligue meu irmão Amor, amizade e a paixão Sonhos que se vão e deixam para trás Tamanha recordação, sempre que acordo mais uma noite se passou Todos nosso sonhos se perderam pelo amor Tenho fé em Deus que tudo vai mudar basta ter talento lutar e confiar Sei que não é fácil viver assim, criminalidade violência neste mundo em fim Te mostro a vida de verdade seja bem vindo à minha realidade Sei que quando eu passo, me olha diferente e a gente luta para manter a nossa crença E o homem branco trás doença dizimou o nosso povo causou a nossa miséria e agora me olha com nojo Sou um índio sim, vou até falar de novo Guarani, Kaiowá E me orgulho do meu povo Esse povo que é guerreiro é batalhador Um povo que resiste com força e com amor Amor pela terra querida Amor por seus filhos e filhas Filhos e filhas, marcados pela vida Mais de quinhentos anos uma ferida que não cicatriza
Vive em mim a esperança de uma nova vida Vive em mim. e também por tii irmão índio que ainda acredita, -também por ti. (bis)
Sei que não é fácil levar a vida desse jeito Fazer o que? Me rendo ao luto Contra ao preconceito sou índio sim Pobre mas não burro Como esse jeito daquele jeito continua a minha sina Sabendo muito bem que gerou a minha ruína Quinhentos e dez anos de abandono confinados em reserva que mal cabe em nossos sonhos Pra nos o que kit índio é o papel e a caneta rimando na batida eu vou levando a minha letra Então aquele kit que você pensa babaca rindo com os amigos uma corda e uma baca Vai achando graça, mais, o papo aqui é sério Você e sua cachaça mandou muito pro cemitério Terra sagrada pra nois é tekohá Fazendeiro ocupa, não tenho medo de falar De lá pra cá terras e conflitos chegou a hora de lutar pelos direitos dos índios Ainda sim sou perseguido discam 190 discam, discam, discam
Vive em mim a esperança de uma nova vida Vive em mim e também por tii irmão índio que ainda acredita, -também por ti (bis)
Pés descalços sem camisa sol a pino, shortinho rasgado de porta em porta campainha toca madame ignora finge não ver o indiozinho indo embora com a família na carroça, vindo da roça oferece muito pouco sem apoio plantam o que da colhe o que resta levo pra trocar por um pouco de grana, milho mandioca na oca reza não porque tanta miséria, ao lado da cidade reserva, favela, sequela que fica desnutrição infantil índio suicida e os que ficam procuram uma saída, poucas alternativas sendo alvo do desprezo da sociedade não índia invisível perambula pelas ruas da cidade sentindo preconceito e a maldade na carne proibido de entrar no hotel no restaurante o mesmo que exibe quadro de índio aos visitantes ação repulguinante elite ignorante, se esquece que são ser humanos Mais parece monstros tomados pelo dinheiro e pelo poder acham lindo os índios no quadro nas paredes nos artefatos, diversos artesanatos mas de fato tá enganando quem? Olha a criança com desdém, quando vem diz que não tem trata como se não fosse ninguém depois da oração todos, dizem amém
Vive em mim a esperança de uma nova vida Vive em mim e também por tii irmão índio que ainda acredita, -também por ti (bis)