Eu tava lá Precisando de alguém pra me escutar Parecia que não tinha ninguém por perto Um vazio pelo incerto Talvez cheio de ouvidos Mas por eu ser tão fechado Às vez me nego E não enxergo à um palmo do nariz
Era muita cicatriz pra pouca carne E a sessão de descarrego Veio num bloco de notas Falando de outros assuntos Descobri com meus versos Como encontrar meu mundo
No começo, os versos eram retos Complexo me ver como um "poeta" Mas desde o primeiro verso Escrevi com o peito aberto E de alma nua Feito da rua pra rua
Pelas ruas cantarolando Parecendo um retardado Canções novas e antigas Ou que ainda criaria
Nunca escrevi pra impressionar mina, mano Cada vez que pego o mic Pretendo mudar uma vida E quem sabe um dia eu consiga
Aliás, já consegui! Porque quando eu subo no palco Eu mudo a minha Aprendo algo novo Meio envergonhado, bobo E vou derrubando o que eu mesmo imponho
Enquanto lembro do meu sonho De dar abraços mais que autógrafos Ser importante e não famoso Pra quando for idoso Eu olhar pra trás e me orgulhar Por nunca me adequar
A padrões, cifrões, religiões Política, ladrões, suas corrupções Eu faço canções pra mexer com corações Tipo cardiologista Só utilizando minha logística
De skatista, vagabundo Que esquece seus problemas Pra resolver os do mundo Tentando ser profundo até no raso Não de embalo Mesmo se for pra falar dos meus calos Eu não me calo!
Me exponho ao máximo Pra que tu me escute no volume máximo Será que tu pode sentir neste instante? A minha alma transborda no alto-falante
Carrego uma arma pesada O microfone Capaz de interferir Definir e ferir Pessoas boas e ruins E portanto, de ti Não quero só barulho Eu pretendo causar arrepios