Bel Aurora

Páprica

Bel Aurora

A Metanoia


Queria jogar tudo o que te deram para o alto
e garimpar mãos pelos pés
como as margens de um ofício
correndo pelas noites de água fria

luar místico, extra-corpóreo
te perpassa, te toca
te faz reparar na conduta frígida
faz perder o eixo da coluna
procurar um lugar pra tecer lágrima
sente que a vida vai, vai te devorar e que
que o ardor da páprica pode te abastecer
áspera a condição em que pigmentos vão temperar e afogar
mergulhar em condimentos e buscar acontecer

vamos embora
não há nada a se tocar aqui
refúgio, servidão
a retorcer-se e concluir

vamos embora
retomar o que for te servir
as sobras renderão
aproveitar o que não repelir

vamos embora
não há nada a acrescentar aqui sem corpo
ou rendição e nenhum canto pra fugir

vamos embora
vai brotar o que deixou aqui
talvez num só depois
quando deixar o tempo reagir

essa cidade nunca foi nossa, baby
há pedaços secos de carcaça humana na calçada
e nunca vamos conhecer esses genomas
sob as solas das botinas da corte fardada

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