Comunidades carentes já mandaram avisar Que hoje a noite vai demorar pra chegar Tem traçante no ar Tem traçante no ar
Comunidades carentes já mandaram avisar Que hoje a noite vai demorar pra chegar Tem traçante no ar Tem traçante no ar
No Morro da Babilônia Tia Maria tem insônia No Juramento, a Sônia Não sabe se o filho vai chegar Pois ele estava em Irajá
No Vidigal ou na Rocinha sente o cheiro da amônia Enquanto isso, a Antônia não consegue estudar Pra passar no vestibular
Te chamam de preto, pobre, favelado, marginalizado Preferem te culpar do que culpar o Estado Pois não conseguem enxergar Eles não conseguem enxergar
Que a Sônia e a Antônia e o filho da tia Maria vencem um leão por noite e mais 5 pelo dia Todo dia o dia é quente, a noite é fria Enfrentando a covardia de quem nunca esteve lá
Comunidades carentes já mandaram avisar Que hoje a noite vai demorar pra chegar Tem traçante no ar Tem traçante no ar
Comunidades carentes já mandaram avisar Que hoje a noite vai demorar pra chegar Tem traçante no ar Tem traçante no ar
Hoje a Gardênia Azul amanheceu mais cinza Passaram uma rua era Serginho da Cuíca Taquara, Merck, Madureira, Anil e Curicica Hoje vão dormir sem escutar samba no ar
No Rio das Pedras na subida do Pinheiro Se tiver forró na rua, churrasquinho tá maneiro Todos aguardam pela volta do pedreiro Mas hoje não tem forró Porque Zé não vai voltar