Quando eu saio pra um surungo eu traquejo bem as melena Dou uma afiada nas chilenas pra cutucar meu matungo Dou-lhe boca no peludo, a distância pouco me importa Depois de eu sair, só volto quando terminar o surungo
Frouxo o arreio do pingo e tomo um trago de cachaça Saio torcendo a carcaça numa vaneira baguala Com a mais linda da sala, pode ser loira ou morena Enquanto as minhas chilenas me mordem as franjas do pala
Num rancho de chão batido, coberto de santa-fé Bombacha varrendo o chão tapando a ponta do pé O salão tapa de poeira e eu rodeado de mulher
O palanque da ramada eu deixo amarrado o meu baio Me carrega quando eu saio e não tem pressa quando eu venho No amor me desempenho, por china que eu considero Não tenho todas que eu quero mas amo todas que eu tenho
Saio na boca da noite, volto de manhã bem cedo No meio do mulheredo, qualquer um chineiro se arrisca Quem não arrisca não petisca pois sei que o amor é um jogo Mulher que não pega fogo eu faço saltar faísca
Quando ronca uma cordeona, meu cavalo murcha a orelha Na casa da luz vermelha ele se empaca e não passa Com duas chinas lindaças saio tentiando o retoço Uma me morde o pescoço outra belisca e me amassa
E eu me viro num capeta no meio da mulherada Umas dançando pelada esbanjando formosura Rebolam que é uma loucura que a gente nem se governa Enxergando um par de perna mais grossa do que a cintura
Por lá o cambicho se "apluma" Vamo até o romper da aurora Retoço de uma por uma E depois me cambeio embora