Acaso apareça vestida no lombo sangrado provando das dores envenenadas que trago escondidas no peito Aproveite e contamine o que ainda é saudável antes que eu reconheça o meu medo de ser o próprio lobo do homem Espero que a lua minguante vadia não suba aos céus de hoje em diante e tudo que tenho ofereço a você: é nada
Resto-me aqui fora imolada semente gerada na face sem olhos dos muitos pedaços de gente Perdi a coragem lutando comigo Meu pior inimigo sou eu Preciso voltar para a casa Eu quero ver o Sol
Este será o meu puro e último desejo Agora o que menos posso é vencer a mim mesmo Por mais que a condene nesta imaculada selvagem gangrena
Sinais ocultos infectados por honras nocivas criadas por nós Piedade, piedade O universo é um lapso em ruínas ressurreto no Reino dos sinos de copas para todo o sempre, para todo o sempre
Como somos parecidos com cigarras cantando quando timidamente desconfiamos da morte Toda minha eficácia é uma dádiva (?) Retribui-lhe a dor com uma crispada e ofegante saudade
Talha das seivas cansadas Ela definitivamente não estava louca Amarrava o lençol de uma ponta à outra do quarto esperando sinais de um fauno anjo indefeso, remitente, do invisível Com os dentes e os punhos cerrados Com os dentes e os punhos
As torrentes que afogam suas crises no colapso do êxtase enobrecem seus psiquiátricos eufóricos momentos de compulsivos deleites atônitos Decerto que em poucas herdades há grutas cartazes, despretensiosas Não há quem responda o seu lisérgico encanto
Desintegrada peregrina noite de todo o Senhor do fracasso A peste se alastra como num abominável descuido sagrado Abandonada célula primogênita
Não é preciso envelhecer feito horas que passam inaudíveis ao tempo Nem temer a si mesmo Corpos de nada diante da fúria cruel das ogivas do grito Em breve haverei, num distante passado Ainda jovem, ao lado dos seres imortais