Capão Bonito, interior de São Paulo, 10 anos atrás
Cada luz dessa cidade esconde uma escuridão Sorrisos covardes brindam minha solidão A noite é um oráculo que me nega responder E o meu coração não quer mais viver, se for só pra sofrer, só pra sofrer, só pra sofrer
Dentre tanto barulho o silêncio me pertence Sem reconhecimento o homem se faz carente Das pessoas presentes, só percebo as ausentes Independentemente de me fazerem indiferente Como outros poetas rimo ao som da chuva Água bate no telhado, pingo toca o chão da rua O passado banhado em dor Me faz lembrar que a turbulência da paixão passa, mas não leva o amor Experiência serve pouco, não imuniza Sequer zera os erros, só ressalta: não subestima E eu fiz, passo por passo A essência do poema vem da emoção do resultado A sensação não acompanha o sentir, o desejo se aparta da vontade O real não condiz com o existir, a delas não é a nossa verdade Entendi... Entendi que fui eu que fiquei de loque E quando o coração achava que cê ia ligar era trote Dessa vez também não passei segurança ($) "Se não quer se envolver, namore uma planta" Enquanto o De Moraes temia a perda dos amigos de verdade Eu velava com o fim dos rolos a própria amizade E pensar que vou morrer sem saber qual que é Seus odores, suas questões de mulher Sepulto o porquê de te tocar ter sabor Junto com as desculpas de quem supervalorizou A impressão é de ser (fui) o manobrista coadjuvante E não o ator principal que a leva pro restaurante Estabeleci prioridades, sua pessoa: uma delas Não se apaixone é a primeira regra Sem compromisso, sem juramento Valeram sim todos os momentos Aspas: "Antes morrer em pé do que viver de joelhos" Fecha: Pra você, não por você, foi pelo meu anseio
Cada luz dessa cidade esconde uma escuridão Sorrisos covardes brindam minha solidão A noite é um oráculo que me nega responder E o meu coração não quer mais viver, se for só pra sofrer, só pra sofrer, só pra sofrer