Deixa eu decidir se dá tempo de colar
Cês tão sempre correndo, eu prefiro esperar
Não é questão de interesse, isso eu posso explicar
Mas minha mente tá cheia de sonhos, deixa pra lá
Daqui uns anos pá, vai ter um dia
que tô pensando em, quem sabe, verei
Tô achando melhor, deixo acontecer
mas tô certa que logo menos terei
Me pediram pés no chão, prefiro pernas pro ar
O controle na minha mão, menos o da minha vidá
Só o da televisão que tá mais fácil de alcançar
Uma mente a milhão pronta para pausar
Tracei meus planos, metas, mitos, não se meta
Sei dos seus panos passados por cima, mas êta
Analisei a proposta, indisposta, confesso
É minha liberdade, versos, todo o resto
Ingratidão, dão, mais que isso te dão? não
Tem pressa a sua prece, só que é vida ou é pensão?
Ainda é cedo pra ir e eu não tô bem pra começar
Amanheço espirrando, sou alérgica a acordar
Sigo o dia de pijama, suce-ssivamente
Mato o tempo de um jeitão que até parece acidente

Deixa pra lá. deixa pra lá
Deixa pra lá. deixa pra lá

Colonização de português nômade
Jeitinho brasileiro, jogo de compadre
Passa a bola, 171, resenha, resenha
Aqui tem fila pra pegar até senha pra senha
Proativo, mas procrastino
Mas polarizo, mais prejuízo, vai
Enxugando o gelo
Quanto mais sol nesse deserto, não trabalho igual camelo
Coro grosso ou canela grossa?
Quem empurra com a barriga uma hora se enrosca
Apressado come cru, preguiçoso trabalha em dobro
Depressa e bem vai de nenhum pra pouco
A preguiça quando nasce esparramo pelo chão
Jogo o boné na face, soneca de peão
No poupar é que está o ganho
Encosto no cafofo fofo, só vamos
"quem jura é quem mais mente" - jura? - juro
Não gosto de atrasar o sono, cobrança vem com juros
Pra grande cansaço, até colchão pequeno
Por não perder o todo, até um tanto perco

Deixa pra lá. deixa pra lá
Deixa pra lá. deixa pra lá