Foi decretado estado de calamidade pública favela chora e de quem é a culpa Onde p estado se faz presente onde a preocupação é de manter reincidente Aqui a prioridade é prender moto de leilão do entregador de pizza da multa em som alto nos carros da avenida Meu clipe com vários armados na tela chamou atenção mas não os números ascendentes de mortes em Campo Mourão E o moleque que morreu depois de ter roubado um carro Que alegaram trocação sendo que ele nem tava armado Um cpf a menos, revolta foi só no face Boletim arquivado e arma ele nunca teve Nossa cor ainda incomoda no Botânico No jardim Albuquerque somos olhados de canto E nem é questão de dinheiro jão É que favelado com sobrenome de Silva morre no anonimato!
Refrão
Tem que ter peito pra falar pra bater de frente com o estado Pra não acabar alvejado ou baleado Enquanto não muda o quadro eu sou o grito do renegado Só não posso morrer calado!
Num é todos que tão de rolê no Calemas que é bandido Na usina eu vi estudante de direito dando tiro Fim de semana no Cayenne é bala e farinha a vontade Sem restrição de idade, só cor de pele e classe Fizeram virar meme quem trocou a faca no banco Expulsão do calçadão, Haitianos e Angolanos Ninguém se importa se apolicia enquadra o mano Pega 5 grama de farinha e cheira Sai locão na madruga, de Pt na cintura Capota a viatura é sem boletim de ocorrência Hoje pede esmola no sinal quem na Angola era rei Teve a miscigenação estuprada por Europeus É que aqui transformaram a resistência da minha raça Em serviço braçal, mão de obra escrava Porque antes a mão que cortava o canavial Hoje constrói condomínio te estende o prato com camarão
Refrão
Tem que ter peito pra falar pra bater de frente com o estado Pra não acabar alvejado ou baleado Enquanto não muda o quadro eu sou o grito do renegado Só não posso morrer calado!