As Galvão

Riozinho

As Galvão


Meu rio pequeno, braço líquido dos campos
Rodeado de barrancos corroídos pelos anos
Vai arrastando folhas mortas de saudades
Pôr do sol de muitas tardes, ilusões e desenganos

Cruzando vales, chapadões e pantanais
Bebedouro de pardais, branco espelho de luar
O seu roteiro não tem volta, só tem ida
Pra findar a sua vida na amplidão azul do mar

Riozinho amigo, são iguais as nossas águas
Também tenho um rio de mágoas a correr dentro de mim
Cruzando na alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto o oceano de meu fim

Riozinho amigo, nascestes junto à colina
Era um fio de água de mina que cresceu tão lentamente
Margeando matas, ramagens, juncos e flores
Passarinhos multicores seguiram vossa corrente

Riozinho amigo, quantas vezes assistiu
Acenos de quem partiu, encontro dos que chegaram
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor suas águas carregaram

Riozinho amigo, sobre a areia do remanso
Animais em seu descanso ali vêm matar a sede
As borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam na amplidão dos campos verdes

A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino beijo da mãe natureza
Lindas paisagens, madrugadas coloridas
Encontros e despedidas seguem vossa correnteza

Composição: José Fortuna, Carlos Cezar

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