Arnaldo Luis Miranda

Ninguém

Arnaldo Luis Miranda

Cicatrizes do samba


Estranho ser agora pra você alguém
Igual a quem pra mim um dia foi ninguém

Me lembro um dia jovem de não ver ninguém
Nem perto nem longe para aquém além
De onde estivessem os meus olhos sem
Ver nada que não fosse meu próprio focinho
Então um jovenzinho ignorava quem
Tivesse uns bons aninhos a mais que meus vinténs

Agora você passa e nem me vê passar
Eu choro e acho graça nas voltas que a vida dá} bis

Mas olha que lhe espero bem ali na esquina
Do tempo que transforma em mulher menina
Quem sabe um dia belo, seus olhos fora do umbigo
Me veem menos velho e vêm a ter comigo
O encontro casual de duas almas gêmeas
E junto a gente geme a ter correr perigo
E geme a gente junto até pedir arreglo
A vida por um fio, por um fio o medo
De pôr a pele em jogo no fogo dos segredos

Então eu vou dizer um dia à minha neta
Esquece a tabuada que separa em anos
A gente pela estrada dessa vida curta
E curta essa vida em todos os seus planos
Encurta essa vida em todos os seus danos
Estica essa vida em todos os seus encantos

Menina eu tô na esquina do tempo humano
Um fauno me anima ao prazer profano} bis
Embora nessa sina possa haver engano
Embora nessa rima possa haver Milano

Estranho ser agora estranho
Estranho ser
Estranho ser agora estranho
Um estranho ser
Estranho ser agora estranho
Estranho ser ninguém!

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