Som de gamelões Incenso de jasmim, enfeites de Origami No porão do armazém, atendia uma Nissei Ex dublê de Mata Hari
Instrutota da Tai Chi Dominava o javanês e música de Bali Fez um filme em Hong Kong Vendeu flores em Shangai e foi Gueixa em Nagasaki
Falou que o seu amor Era louco quem ousasse seduzir Que petrificava quem olhasse bem Nos seus olhos furta-cor
E cor e cores são As vitrines de São Paulo, no metrô Num grafiti à meia-noite, reluziu O seu poema de visões
KEIKO DE SHANGAI NISSEI DE HONG KONG
Salmão, gengibre e outra raiz Lá se foi um jarro de saquê Vendo os passos tortos de um país Decupado nos reclames de tevê
Retirantes, órfãos e zumbis Replicando nos contornos da babel Pestilentos ratos de Camus Afogados nos ditames do cartel
Um símio fliperou Digitando um Macintosh Em meio tom, vendo a Millus um poeta traduziu: - No latin ela tem côr!
É cór e cores vão Pelas tardes do Brasil, a pleno sol Na garoa minha vênus esculpiu O seu poema de visões KEIKO DE SHANGAI NISSEI DE HONG KONG
O poema de Keiko era algo indecifrável… Ela nasceu num canto pobre de Manhatan e depois de viver experiências incríveis veio morar no BRASIL Era mestre em artes zen e procurava o amor verdadeiro! - Daí sua idéia de petrifição retirada de um antigo conto persa.
Mas o poema falava em noite rubra… com uma densa atmosfera… de trovão e chuva DEPOIS da tempestade o caos se dissolveu e fomos tomar CHÁ! Aí! E vivemos…
FRAGMENTO DO POEMA DE KEIKO Céu vermelho Anjos purificam o jardim Onde gerânios exalam Depois de forte pressão Tudo se harmoniza E o rio de ouro é preservado
Compositores: Jose Antonio Franco Villeroy, Fernando Corona ECAD: Obra #18923924 Fonograma #585237