Almanaque
Página inicial > A > Almanaque > Doce Vida, Morte Lenta

Doce Vida, Morte Lenta

Almanaque


[victorhud]
Hoje eu me encontro na madruga
Com o caderno empoeirado
A lapiseira tá falhando
E eu já me sinto isolado
Eu vejo meu tempo passando
E o relógio tá parado
Eu vejo os vidros se quebrando
E eu já me sinto quebrado

Espero que meu tempo passe
Que eu voe em uma viagem de ida com a volta
Espero que a vida me abrace, mas só me abrace
Enquanto a morte me sufoca, só me sufoca

A minha caneta é como artéria e veias
E a minha folha é depósito de sangue
Onde eu derramo as minhas letras
E eu me sinto numa mesa de jantar
Fudendo com a santa ceia numa noite sem luar

Ai, ascende o cigarro mano
Esse refluxo medonho
Da cidade não tá me dando sono
Eu tô tentando dormir pra ver se sonho
Em acordar num pesadelo
Ao contrário do meu sonho

[refrão]
E eu vou me permitir viver
Vou me livrar e voar
Sem precisar, morrer
Mesmo sabendo que ainda tentam me matar

[lucasdigz]
Cada segundo vago, que eu tento preencher
No que tento me prender
Cada segundo vago, liberdade é proceder
A morte tá atrás de você
Com essas folhas amassadas no meu quarto

Nesse quadrado meu cigarro fumado
Vidro estilhaçado
Revolta? tamo na escolta, anuncia
Sem burocracia nostalgia o que eu faço
Acelerando o tempo
Decolando e pousando, voltando

Do final pro mesmo lugar
Um recomeço do que já foi um começo
Sem medo de arriscar né
Sinto alguém me olhando
Me cobrando, a mão tremendo
A caneta escrevendo é como um sonho, eu voando

E eu me vendo, as folhas caem
Eu não sei o que fazer
A mente esvazia pra tentar esclarecer
Vejo o céu trovejando, a janela balançando
Os meus fones estourando e eu deitado

[refrão]
E eu vou me permitir viver
Vou me livrar e voar
Sem precisar, morrer
Mesmo sabendo que ainda tentam me matar

[matheus jay]
E eu não pedi pra nascer
Mas morri sem querer
A perda me fez ganhar, mas do que
Muitos ganham por me fazer perder

Eu morro pra esquecer que existo
Existo pra esquecer que morri
Sonhando que um dia acordei pra existir
E acordei pra escrever, escrevi
Não matei, mas sofri
Ajudando a criar o monstro que ia me engolir

Meu coração é insensato
E eu tô morrendo
Como se eu nunca tivesse vivido
Procura-se a fé em artesanato
Mas proteção não se vende em cruz de tecido

Enquanto ascendo um incenso
Pra espantar mosquitos
Meu silêncio perde a vergonha
Quando sai pro manuscrito
Vira infinito, pois meu corpo vai
Eu sou a letra, eu fico
Explico o porque de chover pelo meus olhos
Eu vivo um trama
Confuso com a calma
Pois vejo crentes estressados
Pregando o Deus da calma

O mal é o bem, quando tudo foi jogado ao léu
O diabo quer ser Deus
Dando voltas no que sobrou do céu
No céu me recomponho
4 Minutos de sono
E foram-se mais de 10 anos de sonho

Composição: Victor Hudson, Lucas Menezes, Matheus Duarte

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a Almanaque no Vagalume.FM
ESTAÇÕES