Negro correu do chicote Prá quilombo dos palmares Negro gritou liberdade E fez eco pelos ares Negro escutou as batidas dos tambores de zumbi que cruzou terras e mares e chegou até aqui
Já nascia na senzala Quem tinha pele de cor O negro era privado De amar e ter amor Negro cor da madrugada Raiz de Kunta Kintê Galopa na esperança De ganhar pão prá comer Negro, negro, negro, negro Negro, negro, negro Negro, negro, negro Quem lhe trouxe para cá? Negro, negro, negro Negro, negro, negro, negroooo Não lhe dê o direito de escolher Nem de sonhar
Cê tá vendo essa mãos E esses calos da enchada? Veja só as minhas costas Marcada por chicotadas Cicatrizes tão profundas De correntes em meus pés Pelos elos dos grilhões
Já nascia na senzala Quem tinha pele de cor O negro era privado De amar e ter amor Negro cor da madrugada Raiz de Kunta Kintê Galopa na esperança De ganhar pão prá comer Negro, negro, negro, negro Negro, negro, negro Negro, negro, negro De outras terras de outro mar Negro, negro, negro Negro, negro, negro, negrooooo Hoje conquistou seu espaço, seu lugar.