Além dos Dedos
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Divã (Part. Missão Verbal)

Além dos Dedos


Além dos Dedos
Missão Verbal

Não se esconda, vença hoje seus medos
Infelizmente tudo tem seu preço
A vida é feita de erros e acertos
Não se entregue filho

Eu estou contigo
Eu estou contigo
Eu estou contigo
Eu estou contigo

Creci perto da fome, se for viver chame
Se for orar, clame por mim, (Clame por mim)
Que essa dor é infame, não faço por fama
Só quero poder falar de mim, (justo pra mim)

Já perdi meu sono, abandonei sonho
Quase desaprendi a sorrir, (também quase morri)
E em meio a insônia, lembrei da mãe, Sônia
Favor, lhe proteja por mim, (não só por mim)

Durmo tarde, acordo cedo vou escrevendo segredos
Aqueles que não me atrevo a contar a ninguém
Fui bem, passei invicto cheguei sem um arranhão
O físico tá intacto, quem sangra é o coração

Senhor, ajuda nós, as portas se fecharam
Portões se abriram, celas se trancaram
Livros aqui não falam, biografias não captam
História é contexto, irmão, nunca foi fato

Farto, a beira de um infarto não tememos mais a morte
O mundo lá fora assusta mais meu Deus é bem mais forte
Sorte nunca foi, eu chamo de livramento
Não creio em destino, eu faço meu firmamento

Esse é o grande momento, resume o que eu faço aqui
Cada letra escrita são lágrimas de palhaço
Não pergunte o que eu acho, eu sou mó confusão
Certeza absoluta um ponto de interrogação

Na sua exclamação, a sua escamação
A rua acalma o São, o sol é liberdade
Aqui ainda 'escravidão', massa: manipulação
Eis a fragmentação de sua autenticidade

Universidades não formam mentes livres
Formam-se padrões, mentes que coincidem
Esqueça sua utopia, vivemos em distopia
Num mundo onde nada é novo e o mal que se copia

Se aplica e a tristeza perpétua prossegue
Não é esse o caminho, não vá, não segue
Intérprete o pergaminho antes que eles te ceguem
Há uma verdade absoluta mesmo que eles se neguem

Eis o fôlego da vida e eu nem sei se mereço
Tô no sofá, e o meu filho no berço
Minha esposa já dormiu, acorda cedo amanhã
E eu descolei que meu sofá é meu divã

Na curva dos trinta me vi num dilema
O que que eu faço agora
Com a vida enrolada mais que um carretel
Com a vida embolada, e agora?
Várias fitas do passado
Que hoje vivem entre a gente
Eu me vi enterrando com a Vera
Esse passado no Presente
Aquela ligação que não fiz
Por virtude tu não pode atender
Quem diria seria a última
Entre eu e você
Me desculpa ter negligenciado a nós
fui covarde, eu sei
Não me custava nada eu ir te ver
E assumo, confesso, falhei

Essas recordações me matam
Me lembro, cantou o rei
Afinal de que me queixo
Se tudo o que aqui passei
Mudaram o meu caráter
Entre lágrimas e sorrisos
Sinto muito a sua falta
E me arrependo não ter ido
Frequência nas minhas letras
Minhas guerras cantei
Canto por ser carente
Preciso falar com alguém
Preciso que alguém entenda o que ando sentindo
Já não cabe mais no peito e é por nós que faço isso
No 12 busquei alívio, frustrado desde meus 10
O alcoolismo eu vi de perto, isso mata o mais fiel
Desejei a sua morte para ter um pouco de paz
E não ouvi nossas moedas no quarto uma noite atrás

No divã da Prima Vera
Dezembro de 14
Cada encontro depois do almoço era só
Um pedido de socorro
A depressão pós prato era prato
Prato cheio de detalhes
Não cobrou uma só sessão
Tu foi verão na tempestade
A temporada passou
O chão secou, o sol apareceu
A mudança vem de dentro, é um Dom
Um Dom que Deus nos deu
Hoje sou melhor que antes
Um tanto pior que amanhã
Apaixonado pela vida
O Mundo é meu divã

Madrugada afora ruas de São Paulo
Pensei: por um fio uma vida no ralo
Quantos Kms rodado em meu carro
Quanto do meu tempo eu tenho dedicado
A parar pra pensar, conversar como Senhor
Idéias no lugar sobra tempo pra por
Século de ansiedade a gente se adapta
Mas a mente não capta

Tem uma pa que ta por ai
Pensando em ir e voltar pra casa
Que nem no meu caso, ano do covid
É Julho e os casos só tem aumentado
Paradas de estado, mudam as estações
A vida é inverno com poucos verões
Nossa terapia é refrão e canções
O verbo espalhado em várias missões

Já rodei o Brasil, Argentina, Uruguai
Que nossa voz vá onde a gente não vai
O passado não apaga, reescreva sua história
Faz dela um livro a ficar na memória
Pra tudo tem jeito olha só eu aqui
O 15 com vida e quase desisti
Fui alvo de tiro, sim, quase morri
Se ainda respiro o Senhor é por mim

Ultrapassei o limite do medo
O homem em suma não assume o segredo
Olhando pra trás entendi o enredo
Quanto poder o homem trás em um dedo
Imposto no gatilho, pus lágrimas no rosto da mãe de um filho
Com dim eu sonhei com os condomínio
E parei na máquina de extermínio

Uma salva de palmas para o crime
Paguei o que devia
A morte não assusta mas cela lotada era a única coisa que eu temia
E eu vi o abismo das almas perdidas
O mundo não gira em chances perdidas
Uma noite a mais e uma despedida
A vida é um ringue, sem luta, só briga

Almejo pra nós o melhor
Remuneração pelo nosso suor
Sangue na artéria não no assoalho
Paz nas quebradas o fim do calvário
As noites são longas demais, tio
Difíceis enquanto mais frio
E ainda com o bolso vazio
Nunca mais na minha vida eu pego num fuzil

Não se esconda, vença hoje seus medos
Infelizmente tudo tem seu preço
A vida é feita de erros e acertos
Não se entregue filho

Eu estou contigo
Eu estou contigo
Eu estou contigo
Eu estou contigo

Vença hoje os seus medos
Vença hoje os seus medos

Composição: Tairone Costa, Tainan Costa, Duchoc 019

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