PRIMEIRA ESTÂNCIA Esta é a página contrária? duma arbitrária sociedade Que cede em secção diária uma primária variedade De programas incertos que te programam no circulo Da abundância que a distância te enuncia ao ridículo Dando-te um mundo completo de ideias sem nexo Como a fraca informação, que só te deixa complexo Mas sobretudo perplexo, em relação a este mundo Que dá-te conceitos desfeitos com efeitos profundos E esses efeitos são feitos p'ra que não te reveles Fazendo coincidir o teu pensamento com o deles És um idiota se acreditas nos jornais de manchetes Porque eles são como tu, não passam de marionetes Que certamente facilitam a tarefa dos tais Que direccionam-te num eixo contra os teus ideais Onde estarás subjugado entre ciclos banais Tal como o ciclo problemático que deram aos teus pais Já reparaste como tu estarias mais evoluído Se não estivesses constantemente tão distraído Com essa receita televisiva feita sem relevância Que mantêm-te inerte no castelo da ignorância O teu país é um dos maiores produtores de petróleo Mas tu não és beneficiado porque há monopólio Por parte dos governantes que andam atrás da matéria Que enterra tu e o teu povo no vasto mar da miséria Tu és a artéria desse sistema que se desenrola Porque ele reduz-te a ignorância por meio da escola Robotizando-te através de um formato execrável Que delimita o teu ser, com um saber imprestável Nutrido pelo instável bloco fragmentário Que transforma o teu senso critico em parasitário Do lixo publicitário que não passa de feição P'ra balancear e computar o teu grau de sujeição Que imiscui-te veementemente de um modo terno Nas maquinações premeditadas pelo governo Como a voz da liberdade que costumas perder Quando te congregas a um desses partidos quaisquer O meu partido é a verdade que a liberdade exerce No gráfico de injustiças que o sistema fornece Na qual o meu subconsciente jamais se compadece Com as mensagens subliminares existentes no vértice
CORO: Abre os olhos mano? perante esta situação Que te encaminha lentamente para a formatação Entre acção mas marcha na contramão P'ra neste livro da vida tu seres a página contrária
Lucas de Sousa: O que é que achas da nova grelha d e programação do canal 2 da TPA?
Agente Supremo: Hum?, o que é que eu acho? Espera lá que eu já te digo
SEGUNDA ESTÂNCIA Eu penso que esta nova grelha espelha uma abundância De programas que mergulham o povo na ignorância Porque não se consente como é que a vossa visão Se encontra direccionada somente na diversão P'ra não falar dos telejornais que nada nos dão A não ser a informação do partido em questão Não há pluralidade nem liberdade de expressão Porque estão empenhados na luta contra a informação ?Eu sou de concepção? que a juventude Angolana Não precisa "Tchilar" na vossa abordagem mundana Mas sim precisa aprender a desenvolver senso crítico Sob facetas ligadas ao cerco político Que ostenta um ciclo ridículo desde a raiz Enquanto a família monarca privatiza o país Mesmo sabendo que este povo não faz a filtragem Ainda metem as cenas obscenas como abordagem Por isso é que essa nossa juventude anda perdida Com a moral mais baixa que o próprio modo de vida Basta olhar para as jovens e reparar como elas Vivem submersas na imaginação das telenovelas Para não falar dos jovens que de forma fatídica Vivem cegos? Sofrendo de indiferença política E é ridícula está situação, não dá p'ra engolir Como o rosto dos presidentes no novo B. I Vocês compactuam e actuam com a projecção Da agenda mundial que alcança a consumação Por meio da distração que a televisão colocou A disposição p'ra desvirtuar aquilo que eu sou E eu sou, contra este universo na pura verdade Porque eu me oponho padrões impostos pela sociedade E na realidade, não sou quem eles querem eu que seja Porque eu recuso-me a comer o que eles metem na bandeja Como o Lixo informativo, dos programas televisivos Que é certamente exclusivo p'ra os seres adormecidos Que amplamente realizam de modo despercebido O grande plano dos protocolos que estão estabelecidos Eles criaram e desenvolveram as situações Que nos enquadram num mundo cheio de preocupações Na qual as acções se condicionam certamente Nos contratempos que a sociedade nos dá diariamente
CORO: Abre os olhos mano, perante esta situação Que te encaminha lentamente para a formatação Entre acção mas marcha na contramão P'ra neste livro da vida tu seres a página contrária
Ibrivernáculo: ... Sim, a mídia de massa fornece-nos conteúdos filtrados, distorcidos e manipulados. Ela, é o braço armado da elite; é a ferramente usada p'ra meter-nos a operar, num nível robótico da realidade... tornar-nos mais vulneráveis àquilo que é tendencioso e desentendido Há todo um... um investimento... um investimento que visa afastar-nos dos assuntos sérios; da reflexão profunda sobre os nossos interesses existenciais... Ou é por acaso que nos presenteiam, com os eventos desportivos, concursos de beleza, Telenovelas, Telejornais, Hemofilia Cinematográfica, músicas que são lixo? Claro que não, estão é a obrigar-nos a assinar u ma existência de negatividade; a fazer-nos acreditar, que esse é o melhor dos sistemas possíveis Portanto, há que ter os olhos para o mais distante; há que pegarmos as nossas mentes de volta. Livrarmo-nos dessa necessidade de engolir cru, tudo o que os tais decidem tornar público... Sim, decidem tornar público. Até quando continuaremos espectadores passivos? zombies incondicionais? É hora de questionar, de pensar e de avaliar melhor... Sim, é hora de "Página Contrária"