PRIMEIRA ESTÂNCIA Entre áureas boreais, eu me encontro envolto A sentir o vento aprazível no meu espírito solto Que ilumina o meu ser, com a voz do saber Como o clarão que surge na alvorada do amanhecer Dando as directrizes até ao limiar do portal Onde a vontade humana transcende por ser imortal Quando ela transpõe o infinito do incognoscível Porque o visível dissimula o real tornando-o invisível Eu respiro da atmosfera do positivismo A fim de aplicar um golpe de morte no derrotismo Que desalenta-me, quando eu dirijo-me a caça Em busca da verdade por detrás da cortina de fumaça Que aglutina os ventos da liberdade real Na atmosfera mental, do universo intemporal Onde eu sinto-me livre, de um modo eternizado Como o pássaro que desfere voo depois de aprisionado Entre as gaiolas da vida que eu não auguro Porque a minha vida é vivida na essência dum guru Onde a espiritualidade cede a metamorfose Que norteia-me com veemência a eterna gnose Outorgando-me, a iluminação graduável Porque o saber que ela evidencia é insofismável Quando ela concede a cogitação que se espalma No interior do meu eu que visa o resgate da alma
SEGUNDA ESTÂNCIA A vida, infundiu-me nas paixões tangíveis Que encarceram a sociedade com correntes invisíveis Mas eu, incrementei um esforço profundo P'ra não cair nas maquinações dos senhores do mundo Que tudo fazem, para insuflar um sopro de medo Na mente daqueles que do sono despertaram mais cedo E caminham livremente longe da directriz Arquitectada pelos filhos natos dessa matriz Sujeitados, a uma vida parasitária Que os reduz a obediência da vivência diária Onde escola e a sociedade com um único golpe Tendem a reduzi-los a todos a um mesmo molde Transformando-os, em idiotas-úteis da demanda Que edifica muros p'ra consumação da propaganda Que é transmitida, por este mesmo canal Com técnicas enganadoras de controlo mental Mas eu, já nada temo após ter compreendido Que a morte é uma libertação e não castigo Como nos foi impingido, pela legião Que governa a política em comunhão com a religião Que foi erguida com o intuito evidente De que se criar-se certamente uma prisão-mente Na mente daqueles, que de um modo seguro Estão entre as áureas boreais doutro lado do muro
CORO: Entre as áureas boreais desta vida que auguro Eu me encontro envolto doutro lado do muro Onde oxigénio puro revela p'ra mim Que a morte é somente o princípio do fim