Sino na tarde, no ar fino e parado da tarde, sino, oh sino, meu irmão em saudades e agonia! Sino, oh sino, como me comoves ao vir à tarde, quando as janelas do sentimento se abrem para o mundo da reflexão e do mistério!
Neste momento, o coração do crente se funde no silêncio das coisas para nascer de novo, qual gotas de orvalho que o anjo da noite deixara cair como pétalas de estrelas e os anjos da manhã, sob a bênção do sol, as colherão sorrindo.
Quando o sol se fecha para chorar dentro da tarde e o infinito em nós se funde e se confunde, sinto que vem, num coro de mágoa e desespero, o gozo e o prazer de ter vivido, a dor imensa de viver ainda.
Nesta hora em que tudo se recolhe ao inalterável seio do mistério, deixo que me tanges, oh velho sino, sobre a vastidão do meu mundo arruinado e vazio.
Compositores: Hugo Gila de Souza (Hugo Gila), Alexandre de Freitas Henrique Barreto (Alexandre Urea), Jose Henrique Neto (Tine), Washington Fernandes da Rocha Silva (Tom Rocha), Gabriel Oliveira de Melo (Gabriel Melo), Irande Cesar Ferreira (Irande), Yuri Rabid Correia Martins (Yuri Rabid) ECAD: Obra #16454657