Eu não tenho pressa pra dormir A noite cai silenciosa, "fi", com pesadelos "free" Na calçada em pé, fumaça de automóvel O sinal abre, todos vão, mas permaneço imóvel
Parado, estagnado Eu sou o fruto do regresso da sua "Ordem e Progresso" Já faz um tempo que eu não peço paz Eu quero é guerra mesmo, eu já nem ligo mais
Vou cobrar cada centavo roubado, irmão baleado Cada moleque com futuro que mudou de lado Forçado a assumir o comando do tráfico Só mais um preto bandido na porra do seu gráfico
Coração gelado, maldade no olhar O sangue sobe pra cabeça, isso me faz chorar Eu sou a praga da nação, antes eu era humano Hoje eu sou o monstro dos boeiros, arquitetando os planos
Eu durmo sob a luz da Lua, vivo sob as trevas Homem bomba, vilão, entre aviões em queda Observando e praticando o caos. Terrorista! "Clic-clac-bum", mais um riscado da lista
Por favor não insista, não implore piedade Só vai deixar saudade. Eu sinto, mas é tarde Vâmo tocar o terror, cobrar de volta o que é nosso Seu ouro e diamante em meio aos destroços
Arrastando multidões como um tsunami Não reclamem, eu nunca pedi que me amem Mas só me deram ódio, então tô devolvendo Agora voçês vão provar do seu próprio veneno
E se minhas palavras soaram violentas É tudo culpa daquelas imagens sangrentas Nós fomos controlados, por esse mundo burguês Sofremos muito nas suas mãos, agora é sua vez
Agora é sua vez
Os pés já calejados, o coração palpita Eu sei que você sente medo, então admita Vira a cara, sente nojo, repulsa Enquanto isso, em meu peito, apenas ódio pulsa
O meu coração é uma rocha sangrenta Quase tão dura quanto a pedra que me alimenta Um gole, um trago, cachimbo, pó Talvez se a morte me levasse, seria melhor
Muitas vezes eu tentei gritar, tentei chorar Mas a lágrima não escorreu Eu sinto muito, mas não deu
Muitas vezes eu tentei gritar, tentei chorar Mas a lágrima não escorreu Foi mal, mas não deu